PARA ALÉM DO MURO, de Gisela Cañamero

24, 27, 28 e 29 Janeiro - 22h00
3€ - M16


Pela Arte Pública

Drama de uma mulher (Irene Krall) assombrada pela sua experiência no Gueto de Varsóvia enquanto criança.
As memórias recorrentes da tragédia da vida, da sobrevivência e da morte no Gueto serão permanentes, projectando-se na vida actual, de mulher casada, mas incapaz de se libertar do seu passado, apesar das tentativas do marido (Alberto Krall); ambos vivem agora em Berlim, tendo como amigos alguns ex-refugiados. Este passado é subitamente reforçado pela entrada em cena de alguém que conhece Alberto (David Blum).
O desenrolar deste drama – contemporâneo da construção do Muro de Berlim - lembrar-nos-á que a História da Humanidade está associada à luta por territórios: geográficos, ideológicos, culturais. Que os muros invisíveis ao olhar são tão eficientes como os outros, os de tijolo ou de cimento, erguidos entre Povos - China (Grande Muralha, 200 AC) - entre Estados – Alemanha Oriental / Alemanha Ocidental (1961) Estados Unidos/ México (1994) Israel / Cisjordânia (2002) ou mesmo entre classes sociais – Rio de Janeiro (2009) - e que compõem assim uma afirmação visível aos olhos do mundo.
Que, na demarcação desses territórios, se desenham fronteiras, se determinam propriedades, se erguem os muros – com mais ou menos visibilidade.
Que um lado verá o muro como protecção.
Que o outro lado vê-lo-á como segregação.
Mas que a sua função será, sempre, de evitação.
De separação.